'O investimento no imobiliário está a crescer em força, respondendo a uma forte subida de preços tanto nas casas novas como nas já existentes'. É desta forma que a OCDE resume o atual estado do setor em Portugal.
No Economic Outlook de Novembro, na análise dedicada ao nosso país, a organização mostra que houve um aumento do preço das casas acima dos 10% nos últimos dois anos.
'Não caracterizaríamos [o que está acontecer no mercado imobiliário em Portugal] como uma bolha', declara Ben Westmore, responsável da OCDE pela análise feita a Portugal no Economic Outlook de Novembro publicado esta quarta-feira, 20 de novembro de 2018. A Organização dá destaque ao tema no relatório, mas diz que para já não há riscos para a economia portuguesa.
Três razões que afastam a existência de uma bolha em Portugal
O fenómeno de bolha, segundo a OCDE, caracteriza-se por um aumento rápido dos preços à boleia da especulação, seguido de uma descida repentina. E, segundo Ben Westmore em declarações ao Jornal de Negócios, existem três motivos que anulam esse cenário em Portugal:
- Correção natural 'até certo ponto', dos preços dos imóveis que, durante a crise, sofreram uma queda significativa.
- Redução do stock de empréstimos para habitação, ainda que os novos empréstimos estejam a subir. O recurso ao crédito para especulação é o que carateriza o cenário de bolha, o que não estará a acontecer atualmente, devido ao recurso a poupanças individuais e também pela entrada de investimento estrangeiro ou de empresas (principalmente de turismo) no setor imobiliário em Portugal.
- Indicadores analíticos rendimento vs preços das casas e rendas estão num nível 'adequado' quando se compara com a média dos países da OCDE, ainda que Ben Westmore admita que nas grandes cidades pode haver algumas áreas onde a valorização está acima do que seria o nível normal.
Fonte: Idealista (adaptado)