28 Fevereiro 2020
No final de outubro de 2019, dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) davam conta que, no segundo trimestre de 2019, os preços das casas em Portugal aumentaram 10,1% face ao período homólogo (segundo trimestre de 2018).
Os mesmos dados revelavam que, desde o segundo trimestre de 2013, os preços das casas subiram mais de 53%. Em termos práticos, um apartamento então comprado por 200 mil euros teria agora potencial para ser vendido por cerca de 300 mil, tendo em conta o Índice de Preços da Habitação (IPHab) - indicador que mede a evolução dos preços dos alojamentos familiares adquiridos em Portugal e nos restantes países da União Europeia.
Outro dado que nos parece importante reter é que, de entre as 42.590 habitações transacionadas entre abril e junho de 2019, as usadas representavam a maioria das transações (85,7% do total). Num contexto de ebulição no imobiliário, uma das leituras possíveis deste dado é que muitos portugueses aproveitaram o pico da valorização imobiliária para vender a casa por um preço ajustado aos valores de mercado.
Apesar destes dados indicarem que o mercado já estará a corrigir (em baixa) os preços das casas usadas - sobretudo fora das zonas denominadas premium -, a atividade imobiliária dá sinais de continuar a ser um investimento seguro.
Preço das casas: o que dizem os especialistas
Os ajustamentos entre a oferta e a procura levam, naturalmente, às oscilações de preço nos imóveis que, a médio prazo, podem levar a alguma estabilização. Nas palavras do especialista da Remax, Miguel Cunha “É este processo que os analistas preveem para 2020, numa certa estabilização de preços. O mercado português não registou as maiores subidas a nível europeu, mesmo no seu pico mas, existem diferentes realidades e diferentes momentos evolutivos, e por isso a comparação entre a realidade do mercado português e a realidade europeia deve ser cautelosa.”
Já para o CEO da Century 21, Ricardo Sousa no que diz respeito à tendência generalizada de subida no pricing, é bastante difícil projetar estimativas para 2020 quer pelas condicionantes externas, quer pela nova escala que hoje Portugal tem, a nível nacional e internacional. Assinala, contudo, ser “expectável que o preço dos imóveis em segunda mão estabilizem, ou mesmo baixem. Os proprietários vão ser mais realistas na definição do valor das suas casas, sobretudo nos principais centros urbanos. Já nas cidades periféricas de Lisboa e Porto, é expectável que se registem subidas ligeiras de preços e transações”.
Antes de vender a casa: como maximizar o preço de venda?
Se pretende vender a casa, estará com certeza a debater-se com um sem número de questões, sendo a principal a de determinar o valor da venda.
Para responder a esta questão, terá, antes de mais, de pensar no modo como pretende vender a casa. Isto é:
Pondere as alternativas de venda
Sobre a possibilidade de vender casa por conta própria, Miguel Cunha da Remax deixa claro que “o processo de venda de uma casa demora o seu tempo, exige alguns cuidados, comporta vários riscos. Para que todo o processo corra da melhor forma, o ideal será vê-lo como um todo e não separadamente, não obstante ser prudente um passo de cada vez”.
A Remax faz ainda notar, “com o aparecimento dos primeiros interessados, surgem outras necessidades: os horários disponíveis para as visitas, a arrumação dos móveis, as questões sui generis que são colocadas pelos visitantes, a negociação do preço de venda ou até mesmo algumas questões mais burocráticas como a da caderneta predial, certificado energético, entre outros detalhes”.
É também recomendável refere, toda a ajuda que puder prestar a quem compra. Nomeadamente, na rápida disponibilização da documentação do imóvel para o comprador aceder ao crédito. Por isso, remata o especialista da Remax, “é sempre aconselhável recorrer a especialistas (e destes os de maior renome) quando se decide vender. Asseguram maior valor de venda possível, poupam-nos muito tempo, dão-nos segurança no negócio e sobretudo poupam-nos a muitas preocupações e burocracias”.
Já o CEO da Century 21 partilhou que vender uma casa é, provavelmente, a maior transação financeira efetuada no decorrer da vida da maioria das pessoas. “É um processo complexo, que se pode tornar muito demorado, e implica sólidos conhecimentos nas áreas de marketing, jurídica e financeira, que são aspetos frequentemente decisivos para o sucesso de uma transação imobiliária. Em muitos casos, torna-se uma aventura frustrante, e potencialmente dispendiosa”.
E como atuar para valorizar?
O mesmo princípio se aplica ao recheio da casa. Se considerar que o mobiliário e os equipamentos não acrescentam valor ao imóvel, talvez seja melhor vender a casa vazia. Ou pelo contrário, trocar o mobiliário da cozinha e os eletrodomésticos permitir-lhe-ão negociar por um valor mais alto?
Por exemplo, imagine que vai trocar um apartamento de 200 mil euros por uma moradia de 300 mil. O comprador que lhe vai adquirir o apartamento, portanto, o imóvel mais barato não vai pagar IMT. No seu caso, que vai comprar a habitação mais cara, pagará o IMT calculado apenas com base na diferença de valores.
Além disso, se vai recorrer ao crédito habitação para pagar apenas a diferença, conseguirá economizar muito mais e certamente baixará a sua taxa de esforço.
Determinar o valor da casa: fatores a considerar
São múltiplos os fatores que podem influenciar o valor de uma casa:
Vender bem - as boas práticas
Ricardo Sousa, da Century 21 destaca um conjunto de cuidados para quem vai vender, sendo que recorda “falamos de um processo complexo que se pode tornar longo, frustrante, com vários riscos associados e pouco rentável”.
Eis a lista:
Vender a casa: impostos e outros encargos a considerar
Fonte: Saldo Positivo